Pular para o conteúdo principal

Minha vida é andar por esse país... [Artigo de Ojima et al, (2014)]

A edição mais recente da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana (www.csem.org.br/remhu) é dedicada às Migrações Forçadas.

Ela conta com um excelente artigo do demógrafo Ricardo Ojima (www.demografianordeste.blogspot.com) e outros pesquisadores ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na qual ele é professor.


O título remete à canção de Luiz Gonzaga (veja logo abaixo a versão com Gonzagão e Gonzaguinha de Vida do Viajante).




"Minha vida é andar por esse país...: a emigração recente no semiárido setentrional, políticas sociais e meio ambiente"


RESUMO

A categoria refugiados ambientais vem sendo utilizada para descrever os deslocamentos populacionais causados por condições climáticas extremas. As estimativas apontam que haverá um aumento significativo dessa modalidade de movimentos nos próximos anos, sobretudo pelo agravamento das condições ambientais decorrentes das mudanças climáticas. Entretanto, há grande controvérsia no que diz respeito ao peso que os fatores ambientais podem ter na decisão migratória. Nesse sentido, o artigo busca trazer uma reflexão sobre a pertinência da categoria refugiado ambiental no contexto da emigração do semiárido setentrional, a região mais castigada pelas secas. Para isso utilizamos os dados oficiais de decreto de Situação de Emergência (SE) e Estado de Calamidade Pública (ECP) e dados do Censo Demográfico 2010 para analisar o perfil e o papel que fatores ambientais e sociais podem ter sobre os emigrantes. Os resultados indicam que a ausência de programas de transferência de renda possui um papel mais importante do que a ocorrência oficial de secas entre os emigrantes dessa região. Assim, embora os resultados mereçam maiores investigações, as evidencias apontam que estratégias que contribuam para uma maior resiliência das pessoas são efetivas para o enfrentamento das secas.

Referência:

OJIMA, Ricardo; COSTA, José; CALIXTA, Renata. Minha vida é andar por esse país...: a emigração recente no semiárido setentrional, políticas sociais e meio ambiente. REMHU, Rev. Interdiscip. Mobil. Hum., Dez 2014, vol.22, no.43, p.149-167. ISSN 1980-8585. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1980-85852503880004310>. Acesso em 16. dez. 2014.

Comentários

Postagens mais vistas nos últimos 30 dias

Expansão urbana da cidade de São Paulo (1800-2000)

Os mapas e arquivos mostrando a expansão urbana de São Paulo estão acessíveis gratuitamente no site da Lincoln Institute of Land Policy, como parte do Atlas da Expansão Urbana, organizado por Angel (2010). Mais informações sobre o Atlas no site . Fonte: ANGEL, S., PARENT, J.;  CIVCO D.; BLEI, A. Atlas of Urban Expansion. Cambridge MA: Lincoln Institute of Land Policy, 2010. Online at  http://www.lincolninst.edu/subcenters/atlas-urban-expansion /. Sobre o projeto: "The Atlas of Urban Expansion provides the geographic and quantitative dimensions of urban expansion and its key attributes in cities the world over. The data and images are available for free downloading, for scholars, public officials, planners, those engaged in international development, and concerned citizens. The global empirical evidence presented here is critical for an intelligent discussion of plans and policies to manage urban expansion everywhere." Sobre os mapas da seção 2 "30 Cities in H...

Classificação de localidades brasileiras para o IBGE e outras fontes

Postagem de 11/08/2015 - Atualizada em 27/05/2025 - Por: Ricardo de Sampaio Dagnino As localidades no Brasil podem ser definidas como uma "c ategoria que agrupa as feições que representam [...] os diversos tipos de concentração de habitações humanas. Exemplo: cidades, municípios, vilas etc.", conforme o Banco de Nomes Geográficos do Brasil: manual de uso (IBGE, 2024, pág. 15).  Definição semelhante pode ser lida nas "Noções básicas de cartografia. Vol. 1." (IBGE, 1999, pág. 73) e também nas "Especificações técnicas para aquisição de dados geoespaciais vetoriais do patrimônio imobiliário público federal (ET-ADGV Patrimônio Imobiliário Público Federal)" (BRASIL, 2021, p. 26): "Localidade é conceituada como sendo todo lugar do território nacional onde exista um aglomerado permanente de habitantes." Figura de Localidade nas Especificações para aquisição de dados geoespaciais (BRASIL, 2021, p.26) As Especificações técnicas p...

Tornados no Brasil: Tese de Daniel Candido

O colega Daniel Candido (Geografia/Unicamp) terminou o doutorado com força total. Olha ele aí na foto fazendo um "hadouken" (como diria a colega Heloísa Corrêa Pereira). O trabalho dele foi tema de duas matérias, uma do Jornal da Unicamp ( set/2012 ) e outra da Globo ( G1 - Campinas e região ) e eu faço aqui minha homenagem ao belo trabalho do colega. Foto de Antônio Scarpinetti Ele e a professora Luci Hidalgo Nunes (orientadora da tese) desenvolveram a Escala Brasileira de Ventos (Ebrav) para classificar a intensidade dos ventos e o estrago feito por eles. Essa escala é útil para classificar os ventos no Brasil pois leva em conta a estrutura das edificações e a realidade socioeconomica nacional. Nesse sentido ela difere das escalas utilizadas em outros países como a Fujita (utilizada nos EUA) e a Torro (países europeus) que foram criadas para a realidade daqueles países. Segundo Daniel Candido, com base na entrevista feita por Catucci (2012), os estados mais at...