http://www3.poli.usp.br/pt/comunicacao/noticias/1303-nota-de-falecimento-professor-do-igc-e-da-poli-fernando-flavio-marques-de-almeida-falece-aos-97.html
[Nota de falecimento] Professor do IGc e da Poli, Fernando Flávio Marques de Almeida falece aos 97
A diretoria da Escola Politécnica da USP lamenta o falecimento de Fernando Flávio Marques de Almeida, ocorrido no dia 2 de agosto. O professor nasceu em 18 de fevereiro de 1916, no Rio de Janeiro, e realizou seus estudos em São Paulo. Em 1938, graduou-se em Engenharia Civil na Escola Politécnica (Poli/USP), unidade da USP na qual permaneceu durante 35 anos. Até 1969, esteve em regime de tempo parcial, que lhe permitiu ingressar e atuar em outros Órgãos da universidade. Depois desta data, assumiu regime de dedicação integral à docência e à pesquisa, e aposentou-se em 1974. Em 1978, recebeu da Poli o título de Professor Emérito.
Em 1974, foi contratado pelo IGc, no qual ficou até 1978, para ingressar no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo. Licenciou-se desse Instituto entre 1985 e 1990, sendo contratado pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Com informações da Assessoria de Imprensa da USP (http://www.usp.br/imprensa/?p=32465)
O obituário abaixo é uma reprodução do texto publicado pela Folha de S. Paulo
FERNANDO FLÁVIO MARQUES DE ALMEIDA (1916-2013)
Professor, geólogo e 'Indiana Jones'
ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO
Não faltaram títulos e honrarias que reconhecessem o trabalho do geólogo Fernando Flávio Marques de Almeida. Mas, humilde, ele não gostava muito desse "exibicionismo", como costumava dizer.
Uma das últimas homenagens foi neste ano: colegas batizaram de "almeidaita" --em referência ao sobrenome do geólogo-- um mineral descoberto no interior da Bahia.
Aventureiro, Fernando viajou pelo Brasil e pelo mundo, da Antártica ao deserto do Saara. Era chamado de "Indiana Jones" pelas sobrinhas. De cada viagem, trazia rochas para estudo. Uma vez, foi tido até como contrabandista pela alfândega.
Nos anos 1950, fez o primeiro mapa geológico de Fernando de Noronha. Décadas depois, voltou ao arquipélago durante uma viagem em família. Em uma trilha, percebeu um "intruso" granito no chão, que não fazia parte da paisagem original.
Conheceu a mulher, Beatriz, durante um trabalho em Cuiabá. Na caderneta de campo, escreveu: "Hoje conheci uma gordinha que me virou a cabeça". Foram casados por 61 anos, até ela morrer, em 2001.
Ainda durante a faculdade na Poli (Escola Politécnica da USP), trabalhou no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Era professor emérito da Universidade de São Paulo (pela Poli e pelo Instituto de Geociências) e da Unicamp. Também publicou mais de 300 livros e fez parte de comissões da Unesco.
Morreu na sexta-feira (2), aos 97 anos, após uma forte pneumonia. Deixa três filhos, dois netos e bisneto. A missa do sétimo dia será amanhã, às 15h, na igreja São José, no Jardim Europa, São Paulo.
Livro
Geologia do Continente Sul - Americano - Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida
Autor: Mantesso Neto, Virginio; Bartorelli, Andrea; Outros Editora: Beca
O livro "Geologia do Continente Sul-Americano - Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida" é uma justa homenagem ao emérito professor, um dos fundadores da Geologia brasileira e o coordenador brasileiro da grande pesquisa, em meados do século passado, para a comprovação da teoria das placas tectônicas e da deriva dos continentes.
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