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Relatório Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo



Ocorreu ontem (15/6) na capital paulista o lançamento do relatório Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo elaborado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre outros. Na abertura do evento foi realizada uma homenagem ao Prof. Daniel Hogan, da Unicamp, que coordenou parte da pesquisa.


A seguir alguns trechos da reportagem "Vulnerabilidade na Mira" de Fábio de Castro na Agência Fapesp sobre o lançamento do relatório, disponível em http://www.agencia.fapesp.br/materia/12327/vulnerabilidades-na-mira.htm, e algumas imagens disponíveis no próprio relatório:

Trechos:

"Caso siga o padrão de expansão apresentado na última década, a mancha urbana da Região Metropolitana de São Paulo terá o dobro do tamanho em 2030, com aumento dos riscos de enchentes e deslizamentos. A maior parte da expansão urbana deverá ocorrer exatamente nas áreas mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas e a maior parte dos impactos será sofrida pelos mais pobres."

"O estudo, que faz projeções climáticas para os próximos 20 anos e cenários futuros entre 2070 e 2100, formou a primeira base para a produção de mapas qualitativos de riscos de deslizamentos, enchentes e riscos sobre a saúde na região, indicando espacialmente as vulnerabilidades frente aos efeitos do aquecimento global."


Figura 1: Distribuição dos pontos de alagamento sobre as áreas mais suscetíveis ao risco de inundação nas margens dos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e Aricanduva. Fonte: Processado com base nos dados do Centro de Gerenciamento de Emergência - CGE/ PMSP, 2010. (p.14 e 15 do relatório)

"Participaram do estudo pesquisadores do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe, do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp)."
"Para construir os cenários, os pesquisadores aplicaram um modelo de projeção de mancha urbana associado ao modelo conhecido como Hand, que permitiu identificar as possíveis áreas que teriam ocupação urbana no futuro e qual o risco potencial, caso o padrão de uso e ocupação do solo atual se perpetue sem nenhuma alteração e controle."



Figura 2: Modelo “HAND” utilizado para identificação das áreas suscetíveis a inundações e deslizamento na RMSP. Fonte: Processado com base no Modelo Digital do Terreno (MDT) da EMPLASA fornecido pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM). (pág. 20 do relatório)


"Segundo o relatório, hoje cerca de 30% da população da região metropolitana de São Paulo, ou aproximadamente 2,7 milhões de pessoas, vive em comunidades, cortiços e habitações precárias, muitas vezes ilegais."
"O estudo dividiu as vulnerabilidades em diversas categorias, definindo os principais cenários de risco, como enchentes e inundações, enxurradas com alto potencial de arraste, alagamentos em diferentes pontos, lixo lançado nos cursos d’água, escorregamentos de massa em encostas e eventos pluviométricos mais severos. O trabalho avaliou também os diversos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana."



Autores por unidade
Centro de Ciência do Sistema Terrestre, INPE
Carlos A. Nobre
José A. Marengo
Antonio D. Nobre
Sinésio Alves Jr.
Gustavo Costa Moreira da Silva
Núcleo de Estudos de População, UNICAMP
Andrea F. Young
Faculdade de Medicina, USP
Paulo Saldiva
Instituto de Geociências e ciências exatas, UNESP – Rio Claro
Magda Lombardo

O sumário executivo do estudo Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo pode ser lido em: www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/megacidades.pdf

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