Pular para o conteúdo principal

Projeto SelfieCity - Estilo dos selfies em cinco cidades do mundo



O número 170 da ComCiência - Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, publicada pelo Labjor e pela SBPC, é dedicado a Big Data e traz a reportagem "A arte que trafega em dados" por Janaína Quitério (2015). A autora conversou com Daniel de Souza Neves Hora, que defendeu a tese de doutorado "Teoria da arte hacker: estética, diferença e transgressão tecnológica" na Universidade de Brasília (UNB) e que chama a atenção para o projeto SelfieCity como exemplo ambicioso de investigação que desde 2014 combina métodos artísticos, teóricos e quantitativos para analisar autorretratos publicados na internet.

O projeto SelfieCity (http://selfiecity.net), ou "cidade dos selfies", consiste em uma investigação sobre o estilo de autorretratos (selfies) em cinco cidades ao redor do mundo: Bangkok, Moscou, São Paulo, Nova York, Berlim. A equipe do projeto é coordenada por Lev Manovich e analisou 3.200 fotos (640 fotos de cada cidade), filtradas a partir de um universo de 120 mil fotos georreferenciadas e coletadas aleatoriamente no Instagram.


Processo de coleta de dados

Os dados coletados pelo projeto permitiram fazer a distribuição das fotos segundo sexo e idade do autorretratado (tal qual uma pirâmide etária) e também as medianas de idade segundo o sexo.
Em São Paulo, a mediana de idade dos homens ficou em 25 anos e a das mulheres ficou em 22,3 anos e percebe-se um elevado percentual de mulheres (65,4% do total). Em relação à mediana de idade percebe-se que a de Bangkok é a menor de todas as cidades, tanto para homens quanto para mulheres.

Distribuição das fotos segundo sexo e idade do autorretratado

Mediana das idades, segundo o sexo do autorretradado

Um outro indicador interessante é o índice do sorriso (Smile Score), que vai do triste ao feliz. Enquanto que Bangkok e São Paulo são as cidades dos selfies mais felizes, Moscou é a cidade com as selfies mais tristinhas.

Índice médio de sorriso (Average smile scores)

Esses e outros indicadores foram reunidos na plataforma de análise de dados Selfie Exploratory (http://selfiecity.net/selfiexploratory/) cuja tela pode ser visualizada abaixo.



Captura da tela do Selfie Exploratory

Para a pesquisadora da Universidade da Califórnia Elizabeth Losh, entrevistada por Quitério (2015): "a base de dados formada a partir dessa pesquisa coletada em cinco cidades de quatro diferentes continentes indica que a selfie se tornou um gênero transnacional, mas, só agora, a literatura acadêmica começa a teorizar essa forma específica de autorrepresentação".

Referências

QUITÉRIO, Janaína. A arte que trafega em dados. ComCiência - Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, n. 170. 10/07/2015. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=115&id=1391

SELFIECITY- Investigating the style of self-portraits (selfies) in five cities across the world. http://selfiecity.net/selfiexploratory/

Comentários

Postagens mais vistas nos últimos 30 dias

Expansão urbana da cidade de São Paulo (1800-2000)

Os mapas e arquivos mostrando a expansão urbana de São Paulo estão acessíveis gratuitamente no site da Lincoln Institute of Land Policy, como parte do Atlas da Expansão Urbana, organizado por Angel (2010). Mais informações sobre o Atlas no site . Fonte: ANGEL, S., PARENT, J.;  CIVCO D.; BLEI, A. Atlas of Urban Expansion. Cambridge MA: Lincoln Institute of Land Policy, 2010. Online at  http://www.lincolninst.edu/subcenters/atlas-urban-expansion /. Sobre o projeto: "The Atlas of Urban Expansion provides the geographic and quantitative dimensions of urban expansion and its key attributes in cities the world over. The data and images are available for free downloading, for scholars, public officials, planners, those engaged in international development, and concerned citizens. The global empirical evidence presented here is critical for an intelligent discussion of plans and policies to manage urban expansion everywhere." Sobre os mapas da seção 2 "30 Cities in H...

Livro: Cartografia Social e Dinâmicas Territoriais (2010)

Segundo livro organizado por Henri Acselrad sobre Cartografia social, este livro foi publicado em 2010  pelo  IPPUR  da UFRJ .  No site do Laboratório de Estado, Trabalho, Território e Natureza ( ETTERN ) pode-se ler a apresentação sobre o livro e baixar o PDF do livro (link para download aqui ). O primeiro livro organizado pelo Henri Acselrad sobre cartografia social, em 2008, pode ser baixado no site do ETTERN , leia mais sobre esse livro aqui . Referência: ACSELRAD, H. (Org.) Cartografia Social e Dinâmicas Territoriais: marcos para o debate. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2010. Disponível em: < http://bit.ly/Acselrad2010 >. Acesso em 25 set. 2016. Cartografia Social e Dinâmicas Territoriais: marcos para o debate ...

Cartografia Social dos quilombolas e o carvão no Sapê do Norte (Espírito Santo/Brasil)

Seguindo dica de notícia publicada em 24 de junho de 2013 por Denise Porfírio em http://www.palmares.gov.br  (Pesquisa retrata o trabalho dos quilombolas em carvoarias capixabas) e republicada no Scoop It , i ndico a publicação " Cartografia Social dos quilombolas e o carvão no Sapê do Norte" disponível gratuitamente no Issuu . "Esta publicação é fruto da pesquisa feita pelos quilombolas do Sapê do Norte, região norte do estado do Espírito Santo (Brasil). Com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos, a presente publicação retrata os desafios que os quilombolas enfrentam, como a regularização fundiária, acesso à políticas públicas e o pesado trabalho infantil nas carvoarias. Convidamos à leitura, reflexão e proposição de mudanças neste cenário que viola o direito de nossas crianças. Coordenação: Sandro José da Silva [Universidade Federal do Espírito Santo]"