Na versão em papel da Folha de São Paulo de 19/07/2009 foi publicada a reportagem "Chumbo contamina Ibirapuera, diz pesquisa" de Ana Paula Boni. (misteriosamente a versão on-line não traz a reportagem, mas uma versão dela pode ser conferida no site do IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares).
Trata-se de uma pesquisa inédita da engenheira florestal Ana Paula G. Martins, doutoranda do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP, com cascas de árvores de cinco parques de São Paulo: Ibirapuera, Trianon, Luz, Aclimação e Previdência.
Os parques Ibirapuera e Trianon registram os mais altos índices de chumbo entre os parques pesquisados.
De acordo com a reportagem de Ana Paula Boni, não na Folha mas sim no site do IPEN: "Um eucalipto na borda do Ibirapuera, no trecho em que uma lombada faz os carros diminuírem a velocidade na avenida Quarto Centenário, carrega em seu tronco informações sobre o impacto da frota de 6,5 milhões de veículos e 321 helicópteros da capital. Sem falar no fluxo de cerca de 500 aviões que pousam e decolam diariamente no vizinho aeroporto de Congonhas."
Abaixo, mapa interativo com localização dos Parques estudados, os aeroportos de São Paulo e as estações de monitoramento utilizadas no relatório da CETESB (2009).
Visualizar Parques São Paulo em um mapa maior
A reportagem da FSP ainda destaca que:
"O metal foi banido do combustível dos automóveis, mas ainda está presente na gasolina de aviação. Não por acaso, os parques estão na rota mais intensa do tráfego aéreo da metrópole, cuja frota de helicópteros só perde para a de Nova York. Por isso, a hipótese de o chumbo vir da gasolina de aviação ganha força.
A química Ana Maria Graciano Figueiredo do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares), diz que hoje o metal pode mesmo vir em maior parte do céu. Mas faz uma ressalva. "O chumbo pode estar acumulado desde a época em que era permitido na gasolina de carros."
A poluição que vem do alto entrou na agenda do poder público. Em um mês, o estudo de impacto ambiental realizado no aeroporto de Congonhas receberá um parecer da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
Com o laudo final, a secretaria vai determinar o controle das emissões de poluentes tanto na terra quanto nos ares."
Coincidência, ou não, a CETESB acaba de publicar relatório sobre a evolução das concentrações de Chumbo no Ar de São Paulo (anexado a seguir). O relatório, de junho de 2009, conclui que houve diminuição de chumbo no ar da capital (p.9): "A efetiva redução dos níveis de chumbo observados na atmosfera da RMSP, em relação ao início da década de 80, pode ser atribuído, em grande parte, à introdução do álcool e da proibição do chumbo no combustível automotivo."
Valeu pela divulgação da informação, Dag's!!
ResponderExcluirBeijão
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